A Undime vai divulgar, durante o 19º Fórum Nacional Ordinário dos Dirigentes Municipais de Educação, em Cuiabá (MT), no período de 6 a 9 de agosto, os resultados de uma pesquisa que busca compreender as percepções e maiores dificuldades enfrentadas pelas redes municipais de ensino na oferta e gestão da etapa dos Anos Finais (6º ao 9º ano) do Ensino Fundamental (EF). Para a entidade, o levantamento, realizado em parceria com o Itaú Social, será importante para identificar oportunidades de ações que possam ser empreendidas para superar esses desafios.
A pesquisa foi feita por meio de um questionário on-line enviado para todas as 5.568 Secretarias Municipais de Educação e do Distrito Federal para mapear as principais demandas desta etapa da educação básica. Mesmo os municípios que não oferecem Anos Iniciais ou Finais do EF foram chamados a participar, pois a pesquisa inclui perguntas sobre creche e pré-escola.
Por mobilização da Undime, a pesquisa contou com a participação de 3.329 redes municipais de ensino (60% de todas as redes do país). Juntas, as redes respondentes concentram 3,4 milhões de alunos de Anos Finais do Ensino Fundamental (64% do total de 5,3 milhões de alunos desta etapa).
Para o presidente da Undime, Luiz Miguel Martins Garcia, Dirigente Municipal de Educação de Sud Mennucci/SP, com a suspensão das aulas presenciais devido à pandemia da covid-19, os indicadores como distorção idade-série, evasão escolar e alfabetização sofreram um grande impacto negativo. Além disso, nos anos finais do Ensino Fundamental, em que os estudantes passam por várias transformações físicas e emocionais, o processo de ensino precisa considerar essa heterogeneidade e não deve ficar restrito a um modelo único. Escolas e, em especial, os professores devem reconhecer e aproveitar as vivências e experiências desses estudantes, além de incentivar seu protagonismo.
A superintendente do Itaú Social, Patrícia Mota Guedes, chama a atenção para a necessidade de o país ter políticas específicas para essa etapa do processo educacional, colocada, segundo ela, sempre na fila de espera dos planos de governo, nas últimas décadas. “A etapa do 6º ao 9º ano, ou Anos Finais do Ensino Fundamental, começa para a maioria dos estudantes no início do período intenso e turbulento – e, ao mesmo tempo, repleto de possibilidades – das adolescências. É também quando os níveis de desempenho escolar e permanência pioram significativamente, inclusive em termos de desigualdades”, explica a superintendente.
Segundo Patrícia, a tarefa, de fato, não é simples. “As matrículas dos Anos Finais estão divididas entre as redes municipais e estaduais, e a divisão varia muito entre municípios, ainda que dentro de um mesmo estado. A maioria das escolas públicas que têm Anos Finais também cuida de pelo menos mais uma etapa de ensino, quando não três. Assim, os esforços exigem uma forte articulação e coordenação entre governo federal, estados e municípios, com um olhar específico para o que significa uma escola para adolescentes”, pontua.
Acesse aqui o relatório com os achados da pesquisa, divulgado no 19º Fórum Nacional da Undime. http://undime.org.br/uploads/documentos/phpHiz8lt_64da43f96e2fc.pdf